Gol entra com pedido de recuperação judicial nos EUA devido à crise provocada pela pandemia de Covid-19.

A Gol Aerolinhas Inteligentes se tornou a mais recente companhia aérea latino-americana a entrar com um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, em uma tentativa de evitar a falência causada pelas consequências econômicas da pandemia de covid-19.

Seguindo os passos de outras empresas como o grupo chileno Latam Airlines, a colombiana Avianca e a mexicana Aeroméxico, a Gol recorreu há duas semanas ao Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos, procurando reestruturar sua dívida sem interromper suas operações. A empresa, que detém 33% do mercado aéreo de passageiros no Brasil, busca reestruturar uma dívida que alcançava 20,1 bilhões de reais ao final de 2023, de acordo com números não auditados da empresa.

A Gol se encontrava em uma situação em que suas dívidas e obrigações excediam a quantidade de ativos, levando a empresa a buscar proteção nos Estados Unidos para evitar ações judiciais de credores enquanto buscava renegociar suas dívidas e obter financiamento supervisionado por um tribunal.

Segundo a empresa, o processo de reestruturação não afetará os voos nem os mais de 10 mil funcionários, mas as ações da companhia caíram consideravelmente e, agências de classificação de risco, como Fitch ou Moody’s, rebaixaram sua nota, diminuindo a confiança em seu cumprimento de dívidas.

O setor aéreo é profundamente impactado por eventos externos, como a pandemia de covid-19, que aumentou os custos em dólares e atrasou a entrega de novas aeronaves para a Gol. A empresa acumulou cerca de metade de sua dívida com arrendamento de aviões e foi afetada também por um aumento no preço do petróleo.

No entanto, a Gol busca recuperar sua saúde financeira e continuar operando, tendo obtido financiamentos para compromissos urgentes. Além disso, o governo brasileiro estuda criar um fundo de auxílio às companhias aéreas de 6 bilhões de reais, reconhecendo a importância estratégica do setor para a economia do país.

A situação das companhias aéreas é considerada crítica, pois sua quebra representaria prejuízos econômicos maiores do que os esforços para salvá-las. O acesso das classes populares aos voos também é parte de uma promessa de ascensão social do governo, que espera lançar um programa de passagens baratas para pessoas de baixa renda. No ano passado, os preços das passagens no Brasil aumentaram 47,24%.

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