De acordo com Crowcroft, houve um aumento consistente nos casos da doença em todas as regiões do globo, com exceção das Américas. A conselheira observou que, embora as Américas tenham mantido a estabilidade no número de casos, o aumento de casos em outras regiões pode indicar futuros surtos na América também.
Os dados mais recentes apontam para mais de 300 mil casos de sarampo reportados ao longo de 2023, representando um aumento de 79% em relação ao ano anterior. A OMS também destaca que esse número pode estar subestimado, já que muitos casos não são notificados. Segundo Crowcroft, estima-se que o número de mortes por sarampo tenha aumentado em 43% em 2022, totalizando mais de 130 óbitos.
No entanto, as preocupações da OMS não param por aí. A organização prevê um ano desafiador em 2024, com estimativas de casos e mortes entre crianças não vacinadas aumentando. A OMS estima que mais da metade dos países do mundo estejam em alto risco ou altíssimo risco para surtos da doença até o final do ano.
A OMS estima que 142 milhões de crianças em todo o mundo estejam vulneráveis ao sarampo por não terem sido vacinadas, com 62% delas vivendo em países de baixa e média renda.
O Brasil, que chegou a receber o certificado de eliminação do sarampo em 2016, perdeu o status de país livre do vírus em 2019 devido a um aumento significativo nos casos. Dados do Ministério da Saúde mostram oscilações nos números de casos confirmados nos últimos anos, com um pico em 2018.
O sarampo é classificado como uma doença infecciosa grave, sendo altamente contagiosa. A transmissão ocorre quando a pessoa infectada tosse, fala, espirra ou respira próximo a outras pessoas. Os principais sinais incluem febre alta, manchas vermelhas no corpo, tosse seca, irritação nos olhos, nariz escorrendo e mal-estar intenso.
A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir o sarampo. Atualmente, existem três tipos de imunizantes que previnem a doença: a vacina dupla viral, a tríplice viral e a tetra viral.
Portanto, a OMS alerta para a importância da vacinação contra o sarampo, especialmente em meio à pandemia de covid-19, quando muitas crianças deixaram de ser imunizadas. A organização enfatiza que a cobertura vacinal global atual de 83% não é suficiente para impedir surtos da doença. Qualquer número de casos de sarampo é visto como inaceitável pela OMS, que ressalta a necessidade de atingir uma cobertura vacinal de 95% para prevenir surtos da doença.
