TCU investiga empresa “laranja” em obras do Presídio Federal de Mossoró (RN) que possui contratos milionários com o governo federal.

O Tribunal de Contas da União (TCU) está investigando o registro de uma empresa que é responsável por obras no Presídio Federal de Mossoró (RN), suspeitando que ela esteja em nome de um “laranja”. Essas informações foram reveladas por uma reportagem do Estadão.

Mesmo em posse de contratos com o Poder Executivo Federal que somam quase R$530 milhões, a empresa R7 Facilities, ao menos no papel, pertence a um morador da periferia de Brasília, que recebeu o auxílio emergencial do governo durante a pandemia de covid-19. O Ministério da Justiça também se pronunciou sobre o caso, afirmando ter pedido a apuração sobre a lisura da empresa. Por sua vez, a R7 Facilities nega qualquer tipo de ilegalidade.

A apuração do TCU foi aberta a partir de uma representação formulada pelo subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado. O processo será relatado pelo ministro do TCU, Jorge de Oliveira. A R7 Facilities nega estar registrada em nome de um “laranja” e afirma que a empresa foi adquirida de forma pública e conforme os trâmites legais. O Ministério da Justiça disse ter pedido aos órgãos competentes que apurem a “lisura” da atuação da empresa.

De acordo com a reportagem do Estadão, o caso gira em torno da contratação de uma empresa para fazer obras de manutenção dentro do presídio federal em Mossoró, de onde presos ligados ao Comando Vermelho fugiram recentemente. O jornal questiona a regularidade jurídica da empresa R7 Facilities, destacando que ela tem um faturamento anual de 195 milhões de reais, mas seu proprietário, registrado oficialmente, é um beneficiário do auxílio emergencial que mora na periferia de Brasília.

A representação formulada por Lucas Rocha Furtado esclarece que, para participar de licitações, a R7 Facilities precisa comprovar a regularidade jurídica. O subprocurador-geral também destaca que o risco de contratar uma empresa com um suposto dono “laranja” é alarmante. Além disso, o contrato com a empresa foi assinado durante a gestão de Anderson Torres no Ministério da Justiça do governo Bolsonaro e prorrogado na gestão de Flávio Dino, do governo Lula. Sendo necessário avaliar a regularidade da empresa em ambos os momentos.

A empresa em questão também presta “serviços de apoio técnico administrativo” no Presídio Federal de Brasília. O contrato foi assinado em março de 2023 pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) do Ministério da Justiça. Neste contexto, a empresa passou por um processo de compra, e após a transação, houve um aumento considerável nos contratos com o Executivo federal, totalizando R$357 milhões. Portanto, a investigação do TCU buscará esclarecer esses pontos controversos para garantir a transparência e a legalidade dos contratos públicos.

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