Ex-ministros da Bolívia negociam liberdade após admitirem culpa em complô contra Evo Morales

Dois ministros da ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez obtiveram a liberdade nesta quarta-feira (28), após admitirem sua culpa e firmarem um acordo para cumprir uma pena de dois anos no caso que investiga um suposto complô contra o ex-presidente Evo Morales em 2019.

Alvaro Coimbra e Rodrigo Guzmán, ex-ministros da Justiça e da Energia, foram presos em março de 2021 juntamente com Jeanine. Em dezembro, concordaram com uma sentença de dois anos de detenção, após assumirem a responsabilidade pelos seus atos em um acordo com o Ministério Público (MP). Vale ressaltar que eles eram os únicos ex-ministros do governo de Jeanine que estavam detidos nesse caso.

De acordo com as informações fornecidas pelo MP, teria ocorrido um plano coordenado para pressionar Morales a renunciar ao cargo devido a acusações de fraude eleitoral no contexto de seu quarto mandato presidencial. Jeanine, que era a segunda vice-presidente do Senado na ocasião, assumiu a presidência de novembro de 2019 até novembro de 2020.

Após cumprirem os dois anos de reclusão em uma prisão de La Paz, Coimbra e Guzmán se beneficiaram de um processo judicial abreviado pela sua colaboração, evitando assim uma pena mais severa. Por outro lado, Jeanine declarou sua inocência e recebeu em junho de 2022 uma sentença de dez anos de prisão pelos crimes de sedição e terrorismo.

O advogado Víctor Nina, que representa Coimbra e Guzmán, afirmou que na semana passada seus clientes solicitaram o perdão judicial, o qual foi concedido pelo juiz sem objeções legais. No entanto, figuras próximas a Morales manifestaram protestos contra a decisão judicial de libertar os ex-ministros, inclusive o ex-procurador do Estado Wilfredo Chávez, que classificou a determinação como uma “traição infame”.

Essa questão continua gerando controvérsias e é acompanhada de perto no cenário político boliviano pela sua relevância e repercussão.

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