Polícia Civil de MG investiga morte do cacique Merong Kamakã Mongoió, defensor indígena, em Brumadinho: suicídio ou assassinato?

A morte do cacique Merong Kamakã Mongoió, defensor dos direitos indígenas, chocou a comunidade Pataxó Hã Hã Hãe e gerou grande repercussão na região de Brumadinho, em Minas Gerais. A Polícia Civil do estado anunciou a abertura de uma investigação para esclarecer as circunstâncias do falecimento do líder, que aconteceu na última segunda-feira.

Merong, de 37 anos, foi encontrado sem vida em Brumadinho, em um território reivindicado pela comunidade indígena. A Polícia Civil enviou uma equipe de perícia para realizar os levantamentos iniciais que subsidiarão a investigação. O corpo do cacique foi encaminhado ao centro de medicina legal de Betim para os procedimentos legais.

Inicialmente, a Polícia Militar cogitou a possibilidade de suicídio como causa da morte de Merong. No entanto, a Polícia Civil não confirmou essa informação, mantendo as investigações em andamento. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) manifestou sua desconfiança em relação à hipótese de suicídio, levantando a suspeita de assassinato.

A Fundação Nacional de Povos Indígenas (Funai) destacou o papel de Merong como líder da Retomada Kamakã Mongoió, e ressaltou sua atuação em defesa dos territórios de diversas comunidades indígenas. A terra era para o cacique não apenas um bem material, mas um símbolo de vida e espiritualidade, motivo pelo qual ele sempre lutou incansavelmente pela sua preservação.

Diante da comoção causada pela morte de Merong, diversas organizações indígenas e ambientalistas clamaram por uma investigação minuciosa sobre o caso. Os povos indígenas no Brasil enfrentam há anos a luta pela demarcação de suas terras ancestrais, sofrendo ameaças e violência de grupos interessados na exploração dessas áreas.

A morte do cacique Merong Kamakã Mongoió levanta questionamentos sobre a segurança e a proteção dos líderes indígenas no país, bem como reforça a importância da luta pela preservação dos territórios tradicionais destas comunidades. A investigação em curso buscará esclarecer os fatos e garantir justiça para Merong e sua comunidade.

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