Diante dessa situação, Carlotti Junior propôs mudanças no sistema de heteroidentificação. Ele planeja que todas as entrevistas com os candidatos às vagas de cotas raciais sejam realizadas presencialmente, em vez de virtualmente. Além disso, a USP está disposta a custear as passagens dos estudantes que vivem distante da universidade para participarem das entrevistas.
Em uma entrevista à Folha de S.Paulo, o reitor afirmou que, mesmo com os custos das viagens, é mais vantajoso evitar qualquer dúvida sobre o processo e preservar a reputação da instituição. Atualmente, os candidatos que ingressam na USP por meio do Sisu ou do Provão Paulista realizam a segunda etapa da banca de heteroidentificação por videochamada, enquanto os que passam pela Fuvest participam de entrevistas presenciais.
Para que as alterações propostas entrem em vigor, é necessário aprovação dos conselhos da Pró-Reitoria de Graduação e da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento. A pró-reitora Ana Lúcia Duarte Lanna e o pró-reitor Aluísio Augusto Cotrim Segurado defenderam a importância das comissões de heteroidentificação e das políticas de cotas na universidade, apontando que essas medidas têm contribuído para a inclusão social e a diversidade na instituição.
No entanto, o grupo de advogados Recursos Heteroidentificação critica a análise racial realizada de forma virtual, alegando que aspectos como a qualidade da câmera e da iluminação podem influenciar o resultado. Um juiz também levantou essa questão ao ordenar que a USP restabelecesse a matrícula de um estudante aprovado pelo sistema de cotas, ressaltando que imagens virtuais nem sempre são fiéis à realidade.
Em suma, as mudanças propostas pelo reitor da USP visam aprimorar o sistema de heteroidentificação de candidatos às cotas raciais, garantindo uma avaliação mais precisa e justa para a entrada de estudantes na universidade. A discussão em torno deste tema continua em pauta, a fim de assegurar a equidade e a transparência nos processos de seleção da instituição.