Governador de São Paulo não se importa com denúncias de abusos na Operação Verão e é denunciado à ONU por escalada da letalidade policial

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, causou polêmica ao declarar, nesta sexta-feira (8), que não se importa com as denúncias de abusos na Operação Verão, realizada pela Polícia Militar na Baixada Santista. Durante um evento na capital em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o governador afirmou aos jornalistas: “Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”.

A Baixada Santista tem sido alvo de operações de segurança intensas desde o ano passado, após um aumento significativo no número de mortes provocadas por policiais militares em serviço na região. Segundo dados do Ministério Público de São Paulo, nos dois primeiros meses deste ano, 57 pessoas foram mortas por agentes, um aumento significativo em relação ao ano anterior.

Recentemente, o governador foi denunciado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU pela escalada da letalidade policial em São Paulo. A denúncia, apresentada pela Conectas Direitos Humanos e pela Comissão Arns, ressalta a suposta política de violência deliberada adotada pelo governo estadual.

Em meio a críticas, Tarcísio defendeu o trabalho dos policiais, argumentando que as operações têm como alvo pessoas específicas e que visam restaurar a ordem. Ele ainda destacou a profissionalismo da polícia e lamentou a tentativa de colocá-los como criminosos.

Porém, as ações da Polícia Militar na região têm sido contestadas. Recentemente, uma comitiva formada por entidades de defesa dos direitos humanos esteve na Baixada Santista para colher depoimentos sobre as operações. O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo defendeu a suspensão da Operação Verão, relatando diversas queixas sobre abusos e intimidações.

Além disso, o Ministério Público abriu uma investigação para apurar denúncias de que os policiais estariam alterando os locais de mortes durante as operações, prejudicando as perícias e dificultando a investigação sobre as circunstâncias das mortes.

Diante desses acontecimentos, Tarcísio reiterou a seriedade e profissionalismo das ações policiais, minimizando as denúncias e destacando a importância do trabalho realizado pelas forças de segurança na região. Por outro lado, críticos continuam cobrando transparência e respeito aos direitos humanos durante as operações na Baixada Santista.

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