De acordo com informações divulgadas em Brasília, o Ministério da Saúde investiu R$18 milhões em um projeto piloto realizado em Pernambuco ao longo de 2023. Com a decisão de implementar a estratégia em todo o país, as mulheres serão beneficiadas, já que a tecnologia não apenas aperfeiçoa a detecção e diagnóstico precoce, como também amplia o intervalo entre os exames.
Enquanto o método atual de rastreio do HPV, através do conhecido exame Papanicolau, é recomendado a cada três anos ou anualmente em caso de lesões, a nova testagem proposta pode ser realizada a cada cinco anos. Essa mudança visa aumentar a adesão e facilitar o acesso das mulheres ao exame.
O HPV é considerado a infecção sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo e é o principal responsável pelo câncer de colo de útero. Estima-se que aproximadamente 17 mil mulheres são diagnosticadas com essa doença no Brasil anualmente. Apesar de ser uma condição prevenível, o câncer de colo de útero continua sendo o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres, representando a quarta causa de morte por câncer, principalmente em mulheres negras, pobres e menos educadas.
A testagem de HPV, recomendada pela Organização Mundial de Saúde como padrão ouro para a detecção do câncer de colo de útero, faz parte das estratégias propostas pela entidade para eliminar a doença como problema de saúde pública até 2030. A tecnologia passou por avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, que a considerou mais precisa do que a oferecida atualmente. Com sua incorporação, espera-se um impacto positivo na detecção precoce e tratamento do câncer de colo de útero no país.