Tenente-coronel do Exército diz não se lembrar de destinatário de críticas a ministro e PF em mensagens de áudio.

O tenente-coronel do Exército, Mauro Cid, prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) e alegou não se lembrar com quem trocou as mensagens de áudio em que criticou o ministro Alexandre de Moraes e a Polícia Federal (PF). Segundo Cid, as mensagens eram apenas um desabafo enviado a amigos em um momento de angústia.

A confusão se deu após a divulgação dos diálogos pela Revista Veja, o que levou a sua prisão determinada por Alexandre de Moraes. O tenente-coronel estava na audiência para esclarecer as críticas feitas nas mensagens quando foi preso por descumprir medidas cautelares acordadas em delação premiada. Ele está detido no batalhão da Polícia do Exército, em Brasília, e responderá pelo crime de obstrução de Justiça.

Cid assinou um acordo de colaboração premiada após ter sido preso no inquérito que investiga fraudes em certificados de vacinação contra covid-19, além de ter auxiliado nas investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado no governo Bolsonaro. Contudo, o militar nega ter sido pressionado a delatar fatos que desconhecia ou que não ocorreram.

Durante o depoimento, Cid também citou o ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando que pessoas teriam se dado bem e ficado milionárias, enquanto ele estaria enfrentando dificuldades. A defesa do tenente-coronel afirmou que os diálogos foram feitos em tom de desabafo e refletem a situação difícil e a angústia pessoal, familiar e profissional pela qual Cid está passando.

Apesar das acusações e da prisão, Mauro Cid nega ter sofrido pressão por parte da PF ou do Judiciário para fazer as acusações, afirmando que decidiu colaborar espontaneamente. O militar afirma estar recluso, sem vida social e sem contato com outros investigados. Alega não recordar para quem enviou as mensagens de áudio e reafirma que a intenção era apenas desabafar.

A defesa de Cid ressalta que as declarações não representam uma tentativa de obstruir a Justiça, mas refletem um momento pessoal difícil vivido pelo tenente-coronel. A situação permanece delicada, com o militar detido e as investigações em andamento.

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