O objetivo do relatório é tornar conhecida a realidade remuneratória dos trabalhadores nas empresas, assim como suas políticas de incentivo à contratação e promoção na perspectiva de gênero. O documento confirmou a existência de desigualdade salarial entre mulheres e homens, sendo que a diferença salarial pode chegar a 25,2% em cargos de dirigentes e gerentes.
Além disso, o relatório destacou a realidade das mulheres negras no mercado de trabalho, apontando que elas são as mais prejudicadas em termos de remuneração. Enquanto a remuneração média das mulheres negras é de R$ 3.040,89, correspondendo a 68% da média dos homens não-negros, a diferença se torna ainda mais evidente quando comparada às mulheres não negras.
O levantamento também apontou que a maioria das empresas possui planos de cargos e salários, adotando critérios remuneratórios como proatividade, capacidade de trabalhar em equipe, tempo de experiência e cumprimento de metas de produção. No entanto, a predominância de critérios que beneficiam mais os homens do que as mulheres foi observada, refletindo as diferenças de oportunidades de ascensão profissional.
Diante desses dados alarmantes, as empresas que não apresentarem os dados do Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios conforme a Lei nº 14.611/2023 estarão sujeitas a multas. Além disso, os empregadores que não divulgarem publicamente o relatório de transparência salarial também serão penalizados.
Para combater a desigualdade salarial e promover a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho, o Ministério das Mulheres e o Ministério do Trabalho e Emprego lançaram a Cartilha Tira-Dúvidas, com informações destinadas tanto aos trabalhadores quanto aos empregadores. É fundamental que a sociedade como um todo se conscientize sobre a importância de acabar com a disparidade salarial e garantir a equidade de gênero no ambiente de trabalho.