Governo britânico acusa China de ataques cibernéticos contra parlamentares e anuncia sanções – Embaixador chinês convocado em Londres

O governo britânico acusou a China de realizar ataques cibernéticos contra parlamentares críticos de Pequim e contra a comissão eleitoral do Reino Unido. As acusações foram anunciadas em um discurso feito pelo vice-primeiro-ministro Oliver Dowden no parlamento britânico. Dowden afirmou que “agentes afiliados ao Estado chinês” foram responsáveis por essas campanhas maliciosas e hostis, que tinham como alvo as instituições democráticas do país.

Os ataques, segundo Dowden, fazem parte de um padrão claro de atividade hostil originada na China. Mesmo assim, ele ressaltou que os hacks não foram bem-sucedidos e que a segurança das eleições não foi comprometida. Em agosto do ano passado, a comissão eleitoral britânica foi vítima de um ataque cibernético por parte de “atores hostis” não identificados, que conseguiram acessar servidores com dados de eleitores.

Em resposta aos ataques, o governo britânico anunciou sanções contra dois indivíduos e uma empresa ligados ao grupo APT31, suspeito de orquestrar os ciberataques. Além disso, o embaixador chinês em Londres será convocado para explicar a conduta da China. O Ministro das Relações Exteriores, David Cameron, classificou as ações como “completamente inaceitáveis” e afirmou ter levantado a questão com seu colega Wang Yi.

Tanto o Reino Unido quanto os Estados Unidos atribuíram os ataques à APT31, que tem ligações com a inteligência chinesa. Ambos os países reforçaram suas defesas contra esse tipo de ataque, que visava reprimir críticos do regime chinês, comprometer instituições governamentais e roubar segredos comerciais. O primeiro-ministro britânico Rishi Sunak destacou o investimento em capacidades de segurança e afirmou que a China representa uma ameaça econômica e um desafio significativo para a segurança do país.

Em meio às tensões crescentes entre o Reino Unido e a China, envolvendo questões de direitos humanos e interferências políticas, o governo chinês negou as acusações e destacou sua postura de combater atividades cibernéticas maliciosas. Os desentendimentos entre os dois países se intensificaram nos últimos anos, culminando em acusações mútuas de espionagem e ataques cibernéticos. A questão da segurança cibernética se tornou um ponto sensível nas relações entre o Reino Unido e a China.

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