O veredito abrangeu 605 vítimas e considerou os repressores culpados de privação ilegítima de liberdade, abuso sexual agravado, tortura e redução à servidão de oito mulheres trans. Os crimes foram considerados imprescritíveis por serem parte de um genocídio. Essa sentença emblemática foi proferida depois que o presidente Javier Milei divulgou um vídeo negando a existência de um plano sistemático de extermínio durante a ditadura, alegando que as ações foram uma resposta a grupos guerrilheiros.
No entanto, a sentença foi recebida com alívio e gratidão por sobreviventes como Julieta González e Valeria del Mar Ramírez, que destacaram a importância histórica do veredicto, mesmo após tantos anos de espera. Testemunhas como Carla Fabiana Gutiérrez e Paola Leonor Alagastino compartilharam relatos dolorosos sobre suas experiências no Poço de Banfield, onde foram submetidas a abusos terríveis.
O caso demonstra que, mesmo após mais de 40 anos do fim da ditadura, a busca por justiça e memória continua viva na Argentina. A decisão do TOF 1 reflete um compromisso com a verdade e a justiça, mostrando que os crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura não serão esquecidos. A luta das vítimas e sobreviventes trans, que enfrentaram o terror do regime militar, é honrada por essa sentença histórica e representativa.