Quatro policiais rodoviários federais viram réus por envolvimento na morte de estudante em blitz na Rio Washington Luís.

A Justiça Federal recebeu parcialmente a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra quatro policiais rodoviários federais acusados de envolvimento na morte da estudante de enfermagem Anne Caroline Nascimento Silva, de 23 anos. Os quatro agentes da PRF tornaram-se réus no processo.

O caso chocou a população em junho de 2023, quando durante uma blitz da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Rodovia Washington Luís, no Rio de Janeiro, o carro em que Anne Caroline estava com seu marido foi alvejado por oito tiros de fuzil, resultando na morte da estudante. Outra vítima, a diarista Claudia dos Santos, foi gravemente ferida por um dos disparos, mas sobreviveu.

Os policiais foram denunciados por homicídio qualificado, fraude processual, tentativa de homicídio e lesão corporal grave por negligência. A pena para o crime de homicídio qualificado pode chegar a até 30 anos de prisão. Na decisão, a Justiça acolheu as acusações de homicídio tentado e consumado, bem como de lesão corporal culposa, apenas em relação aos policiais Thiago da Silva de Sá e Jansen Vinicius Pinheiro Ferreira. Thiago foi identificado como o autor dos disparos de fuzil, enquanto Jansen é acusado de induzir o colega a cometer o crime.

O Ministério Público Federal está avaliando a possibilidade de recorrer da decisão em relação ao indeferimento de outras acusações contra os policiais. Além disso, foi aceita a acusação de fraude processual, alegando que os policiais violaram o dever funcional de isolar o local do crime e preservar os vestígios deixados na via e nos veículos envolvidos.

A Justiça determinou que os policiais não poderão se aproximar da viatura policial usada durante o crime até que seja periciada. Também foi ordenado que evitem contato com testemunhas e familiares das vítimas, a fim de prevenir qualquer forma de intimidação. Os réus foram afastados de suas funções policiais e tiveram suas armas confiscadas, podendo ser realocados para tarefas administrativas na corporação.

A defesa dos réus não foi contatada para comentar sobre o caso.

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