A reversão desse cenário ocorre após dois meses consecutivos de saída líquida de recursos da poupança em fevereiro e janeiro de 2024. Em março do ano passado, os brasileiros haviam sacado R$ 6,1 bilhões a mais do que depositado na caderneta. Em 2023, a caderneta de poupança registrou uma saída líquida de R$ 87,8 bilhões, resultado melhor do que ocorreu em 2022, quando houve uma fuga recorde de R$ 103,24 bilhões.
Um dos fatores que contribui para os saques na poupança é a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em patamares elevados. A estratégia do Copom em manter a Selic alta tem incentivado os investidores a buscarem outras opções de investimento com melhores rendimentos. A trajetória de aumento dos juros, iniciada em 2021 e interrompida em meados de 2023, visava controlar a inflação.
Com a redução da Selic para 10,75% ao ano, os investidores podem começar a considerar a poupança novamente como uma opção viável. Em contrapartida, em 2020 e 2021, em meio à pandemia de covid-19, a poupança registrou captações líquidas positivas, devido à instabilidade do mercado financeiro e a distribuição de auxílios emergenciais.
Diante desse cenário, a poupança parece estar voltando a atrair investidores, refletindo uma possível mudança de comportamento dos aplicadores em relação aos juros e às opções de investimento disponíveis no mercado financeiro. A tendência é que, com a redução gradual da Selic, a caderneta de poupança possa novamente se tornar uma opção interessante para os investidores, principalmente os mais conservadores.