Comunidade quilombola de Mãe Bernadete recebe reconhecimento de terras, garantindo autonomia e segurança.

Na última segunda-feira (8), a comunidade de Pitanga dos Palmares, localizada na cidade de Simões Filho, Bahia, recebeu uma notícia que trouxe uma mistura de sentimentos para Jurandir Wellington Pacífico, filho da líder quilombola Mãe Bernadete. O governo federal reconheceu as terras da comunidade, delimitando a área e garantindo autonomia para seus moradores. Pacífico expressou sua felicidade com a titulação das terras, comparando-a a um campo de força que protege a comunidade de seus inimigos.

De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a decisão beneficia 536 famílias remanescentes de quilombos em uma área de 852,2 hectares. Jurandir Wellington Pacífico destacou a importância desse reconhecimento para a comunidade, ressaltando que era o sonho de sua mãe titular a terra, porém ela faleceu antes que isso fosse possível. Ele acredita que a luta pela titulação custou as vidas de sua mãe, falecida em agosto do ano passado, e de seu irmão, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, em 2017.

Além disso, Pacífico enfatizou que a comunidade enfrentou problemas como especulação imobiliária e crimes ambientais, destacando que a titulação garantirá direitos fundamentais para os moradores, como agricultura familiar, esporte, cultura, lazer e saúde. Embora celebre a conquista da titulação, Jurandir Pacífico lamenta a falta de respostas sobre os assassinatos de sua mãe e irmão, questionando quem foram os responsáveis e quais foram os motivos desses crimes.

A titulação das terras também traz mais segurança e prosperidade para a comunidade de Pitanga dos Palmares, conforme afirmou Jurandir Pacífico. Com a delimitação das áreas privadas e o início do processo de desapropriação das propriedades particulares, o Incra entra em uma nova fase para garantir os direitos e a segurança dos quilombolas. A decisão de reconhecimento das terras é vista como um marco para a comunidade, que agora poderá se desenvolver cultural e economicamente com mais autonomia e tranquilidade.

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