Ministério Público denuncia 26 pessoas por crimes de organização criminosa e lavagem de capitais em São Paulo, na Operação Fim da Linha

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) apresentou, por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), uma denúncia contra 26 pessoas suspeitas de estarem envolvidas em uma série de crimes, incluindo organização criminosa, lavagem de dinheiro, extorsão e apropriação indébita. As acusações estão relacionadas à chamada Operação Fim da Linha.

Caso a denúncia seja aceita pelo Poder Judiciário, os 26 acusados deixarão de ser alvo de investigação na Operação Fim da Linha para se tornarem réus em um processo que envolve um esquema de lavagem de dinheiro utilizado pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Esse esquema teria sido operado por meio de duas empresas de ônibus sediadas em São Paulo, a Upbus e a Transwolff.

A operação, que teve início na última terça-feira (9), resultou na prisão de seis pessoas, sendo que três foram detidas em flagrante. Além disso, foram apreendidas 11 armas de fogo, 813 munições diversas, R$ 161 mil em espécie, computadores, HDs, pen drives, dólares e barras de ouro.

De acordo com a denúncia, os acusados utilizavam o serviço de transporte público por ônibus na capital paulista como fachada para esconder a origem ilegal de ativos e valores provenientes de atividades criminosas como tráfico de drogas e roubos.

Entre os anos de 2014 e 2024, dois dos acusados, apelidados de Cebola e Décio Português, teriam injetado mais de R$ 20 milhões de recursos ilícitos em uma cooperativa de transporte público, que posteriormente se transformou na UpBus. Já na Transwolff, outros dez acusados, incluindo Pandora, teriam lavado cerca de R$ 54 milhões em dinheiro proveniente de crimes como tráfico de drogas.

Em decorrência das investigações, as duas empresas foram alvo de intervenção por parte da prefeitura de São Paulo, que assumiu o controle das linhas de ônibus operadas por elas. As ações da Operação Fim da Linha contaram com o apoio da Polícia Militar, da Receita Federal e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mobilizando mais de 400 agentes públicos.

A Agência Brasil tentou entrar em contato com as empresas investigadas, no entanto, ainda aguarda retorno. A situação evidencia a complexidade e a gravidade dos crimes envolvidos, trazendo à tona a necessidade de ações enérgicas por parte das autoridades competentes para combater a criminalidade organizada.

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