A fim de evitar a perda dessas vacinas, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou no final de março a redistribuição das doses não utilizadas para outros municípios em nove estados brasileiros. No entanto, a adesão a essa iniciativa não tem sido suficiente para utilizar todas as doses disponíveis. Por exemplo, no Amapá, apenas cerca de mil doses das mais de 22 mil recebidas foram aplicadas.
Além do Amapá, outros oito estados participaram da redistribuição das doses que vencem neste mês de abril. O Ministério da Saúde espera conseguir aplicar todas as doses a tempo e não possui um plano alternativo para lidar com uma possível perda. Até o momento, 31.650 doses já foram aplicadas, sendo que o ritmo de vacinação tem sido considerado positivo.
Porém, a ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Carla Domingues, destaca a necessidade de intensificar a vacinação contra a dengue nas escolas. Ela ressalta a importância de uma mobilização mais eficaz e a urgência em vacinar a população de 10 a 14 anos, visto que o Brasil já registrou mais de 3 milhões de casos de dengue apenas nos primeiros quatro meses do ano, com mais de 1.300 mortes pela doença.
Dessa forma, o governo atualmente enfrenta o desafio de otimizar a utilização das vacinas disponíveis e garantir que não haja desperdício, principalmente em um cenário de escassez de imunizantes. A expectativa é que a campanha de vacinação contra a dengue possa ser intensificada nas escolas, visando proteger a população mais vulnerável a essa doença.