Desmatamento na Caatinga já atingiu 34 milhões de hectares, alerta presidente do Ibama durante seminário sobre o bioma

O Brasil já perdeu mais de um terço da área de Caatinga, um dos biomas mais característicos do Nordeste brasileiro. São mais de 34 milhões de hectares dos 82,6 milhões totais que já foram desmatados, conforme alertou o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho.

Durante um seminário técnico-científico sobre o bioma, Agostinho apontou a urgência de estabelecer uma política pública específica para a Caatinga, devido ao alto grau de espécies exclusivas que já foram impactadas pela ação humana. Ele ressaltou que cerca de 60% da área de vegetação nativa da Caatinga já foi afetada por atividades como o corte raso, queimas, extração seletiva de vegetação e introdução de espécies exóticas.

Os efeitos desse desmatamento já se fazem sentir, com mais de 10% do bioma sofrendo com a desertificação. Agostinho apontou a necessidade de criar unidades de conservação, recuperar a vegetação nativa e estabelecer medidas de proteção para garantir um uso sustentável dessas áreas.

Além disso, o presidente do Ibama destacou a importância de melhorar os processos de licenciamentos ambientais e demarcar os territórios das populações tradicionais que habitam a região. Ele enfatizou a necessidade de reconhecer e proteger essas comunidades, evitando que sejam expulsas de suas terras para dar lugar a empreendimentos que contribuam para o desmatamento do bioma.

Para combater o desmatamento e outros impactos ambientais na Caatinga, Agostinho ressaltou que é fundamental adotar estratégias robustas e ir além das políticas tradicionais de controle. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, concordou com a abordagem do presidente do Ibama e destacou a importância de políticas públicas específicas para cada bioma brasileiro, como forma de preservar a biodiversidade e garantir um desenvolvimento sustentável para o país.

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