Durante um seminário técnico-científico sobre o bioma, Agostinho apontou a urgência de estabelecer uma política pública específica para a Caatinga, devido ao alto grau de espécies exclusivas que já foram impactadas pela ação humana. Ele ressaltou que cerca de 60% da área de vegetação nativa da Caatinga já foi afetada por atividades como o corte raso, queimas, extração seletiva de vegetação e introdução de espécies exóticas.
Os efeitos desse desmatamento já se fazem sentir, com mais de 10% do bioma sofrendo com a desertificação. Agostinho apontou a necessidade de criar unidades de conservação, recuperar a vegetação nativa e estabelecer medidas de proteção para garantir um uso sustentável dessas áreas.
Além disso, o presidente do Ibama destacou a importância de melhorar os processos de licenciamentos ambientais e demarcar os territórios das populações tradicionais que habitam a região. Ele enfatizou a necessidade de reconhecer e proteger essas comunidades, evitando que sejam expulsas de suas terras para dar lugar a empreendimentos que contribuam para o desmatamento do bioma.
Para combater o desmatamento e outros impactos ambientais na Caatinga, Agostinho ressaltou que é fundamental adotar estratégias robustas e ir além das políticas tradicionais de controle. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, concordou com a abordagem do presidente do Ibama e destacou a importância de políticas públicas específicas para cada bioma brasileiro, como forma de preservar a biodiversidade e garantir um desenvolvimento sustentável para o país.