As prisões efetuadas foram temporárias, com prazo de cinco dias, podendo ser prorrogadas ou convertidas em prisão preventiva, de acordo com o promotor Yuri Fisberg, responsável pela operação. A ação foi considerada necessária para evitar possíveis interferências nas investigações em andamento.
Durante as buscas, foram realizadas em 11 prédios públicos, 21 conjuntos residenciais e dez estabelecimentos comerciais, resultando na apreensão de armas, munições, celulares, notebooks e grandes quantias em dinheiro, incluindo R$ 3,5 milhões em cheques, R$ 600 mil em espécie e quase 9 mil dólares.
Diversas prefeituras e câmaras municipais foram alvos das investigações, embora nem todas tenham sido confirmadas como participantes do esquema. Ao menos oito empresas estão sob investigação, sendo que uma delas movimentou mais de R$ 200 milhões em contratos públicos, conforme informações do promotor.
A Operação Muditia foi a segunda ação realizada em uma semana que apontou o envolvimento de membros do PCC em licitações públicas de prefeituras do estado de São Paulo. Os promotores destacaram a expansão dos negócios da facção criminosa para além do tráfico de drogas, com foco em contratos com o setor público.
Para combater esse tipo de crime, que envolve licitações públicas, os promotores destacaram a necessidade de aprimoramento nas práticas de compliance nas prefeituras e órgãos públicos, indo além do que está previsto na nova Lei de Licitações.
A reportagem buscou contato com as prefeituras e câmaras municipais envolvidas na operação, obtendo diferentes respostas, desde colaboração com as autoridades até a falta de notificação oficial sobre as ações realizadas. A investigação continua em sigilo e novas etapas são aguardadas para esclarecer os detalhes do esquema criminoso envolvendo o PCC em licitações públicas.