Suprema Corte dos EUA analisa se medidas para expulsar pessoas em situação de rua são cruéis e inconstitucionais.

Nesta segunda-feira (22), a Suprema Corte dos Estados Unidos está debatendo se as medidas de repressão adotadas em várias cidades do país para expulsar pessoas em situação de rua podem ser consideradas “punições cruéis” e inconstitucionais. Esse debate é de extrema importância, pois poderá ter repercussões significativas para centenas de milhares de pessoas que se encontram nessa situação vulnerável no país.

Os nove magistrados, em sua maioria conservadores, estão examinando uma decisão de recurso que anulou as medidas adotadas pela cidade de Grants Pass, no Oregon. A sentença proibia os sem-teto de usar cobertores, almofadas ou caixas de papelão para se protegerem do frio ao dormir ao ar livre, em nome da lei do acampamento em locais públicos.

A advogada de Grants Pass, Theane Evangelis, argumentou que a Oitava Emenda da Constituição, que proíbe “punições cruéis e incomuns”, se aplica a sanções criminais contra pessoas em situação de rua que dormem ao ar livre, a menos que tenham acesso a abrigo temporário. Ela solicitou aos juízes para que “coloquem fim ao experimento falido” do tribunal de recurso que, em sua visão, “alimentou a proliferação de acampamentos” para os sem-teto.

Diversas cidades do país adotaram medidas semelhantes, sob o formato de “proibições de acampamentos públicos”, na tentativa de conter o aumento do número de pessoas em situação de rua. Estas medidas têm gerado controvérsia e levantado questões sobre a ética e a constitucionalidade das punições aplicadas a essa parcela vulnerável da população.

Em suma, o debate na Suprema Corte sobre a legalidade e a humanidade das medidas de repressão contra pessoas em situação de rua reflete os desafios sociais enfrentados pela sociedade americana. É fundamental que essa discussão resulte em decisões que protejam os direitos e a dignidade das pessoas em situação de vulnerabilidade.

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