Possível superfaturamento na compra de hospital em Maceió com dinheiro da Braskem gera polêmica na CPI. Senadores questionam valores.

O possível superfaturamento na compra de um hospital pela prefeitura de Maceió com dinheiro de indenização da Braskem foi tema de discussão na CPI da Braskem nesta terça-feira. Durante o depoimento do procurador-geral do município, João Luis Lobo Silva, surgiu a informação de que parte dos recursos provenientes do acordo com a mineradora teria sido destinada à aquisição de um hospital inacabado por um valor considerado elevado pelos senadores.

O presidente da CPI, senador Omar Aziz, expressou surpresa com o montante de R$ 260 milhões investido na compra do hospital, questionando a justificativa para esse valor em um empreendimento de pouco mais de cem leitos. Aziz destacou sua experiência na construção de unidades hospitalares e afirmou que, em sua visão, os valores apresentados eram absurdos.

O senador Otto Alencar também criticou os custos informados pelo procurador-geral de Maceió, considerando-os muito elevados em comparação com empreendimentos similares em outras regiões. Alencar ressaltou a importância de garantir que os recursos provenientes da indenização da Braskem sejam aplicados de forma transparente e eficiente.

O relator da CPI, senador Rogério Carvalho, solicitou informações adicionais sobre a destinação dos recursos recebidos pela prefeitura, questionando a falta de consulta à população sobre a aquisição do hospital. Carvalho destacou a necessidade de esclarecer os critérios para a aplicação dos recursos e cobrou transparência por parte da gestão municipal.

Durante o depoimento, João Luis afirmou que o hospital adquirido era de responsabilidade da iniciativa privada e que a gestão municipal assumiu o controle há cerca de três meses. Ele também mencionou a disponibilidade da documentação referente ao processo de compra do hospital na página da prefeitura de Maceió na internet.

A CPI da Braskem aprovou nesta terça-feira o nome do senador Dr. Hiran como novo vice-presidente, em substituição ao senador Jorge Kajuru. A comissão segue investigando possíveis irregularidades na gestão dos recursos provenientes do acordo com a mineradora e as repercussões na cidade de Maceió. Espera-se que novos desdobramentos possam esclarecer a aplicação dos recursos e garantir a transparência no uso do dinheiro destinado à recuperação dos danos causados pela Braskem.

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