Vestibular da UECE é acusado de promover antissemitismo em questões da prova, levando Confederação Israelita a acionar o Ministério Público.

No último domingo, o vestibular da Universidade Estadual do Ceará (UECE) foi envolvido em uma polêmica envolvendo questões que foram consideradas antissemitas pela Confederação Israelita do Brasil (Conib). Três itens da prova foram acusados de promover ideias preconceituosas contra os judeus, o que gerou indignação e ação por parte da entidade judaica.

A repercussão do caso se deu após uma postagem nas redes sociais feita pelo cientista social Matheus Alexandre, que criticou a abordagem de uma das questões. Segundo ele, a resposta correta sugeriria que o extermínio dos judeus não foi racional do ponto de vista econômico, pois poderiam ter sido utilizados como escravos. Essa atitude levantou suspeitas sobre a suposta intenção da prova de transmitir uma narrativa que negava a história e a relação do povo judeu com seu território.

A universidade, procurada para comentar o caso, ainda não se manifestou a respeito das acusações. As questões polêmicas estavam presentes na prova de História e Geografia, sendo um dos pontos altos da discordância a forma como o Holocausto foi abordado.

Para Andrea Vainer, diretora jurídica da Conib, as perguntas foram construídas de maneira preconceituosa e antissemita, desrespeitando a memória das vítimas do Holocausto e distorcendo a definição de sionismo. Segundo ela, a forma como os judeus foram retratados nas questões foi extremamente ofensiva e carece de respaldo histórico.

Diante do caso, a Conib pretende oficializar uma denúncia ao Ministério Público e à universidade responsável pela aplicação do vestibular. A expectativa é de que as autoridades investiguem o ocorrido e tomem medidas para evitar a reprodução de conteúdos que possam incitar o ódio e a discriminação.

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