A repercussão do caso se deu após uma postagem nas redes sociais feita pelo cientista social Matheus Alexandre, que criticou a abordagem de uma das questões. Segundo ele, a resposta correta sugeriria que o extermínio dos judeus não foi racional do ponto de vista econômico, pois poderiam ter sido utilizados como escravos. Essa atitude levantou suspeitas sobre a suposta intenção da prova de transmitir uma narrativa que negava a história e a relação do povo judeu com seu território.
A universidade, procurada para comentar o caso, ainda não se manifestou a respeito das acusações. As questões polêmicas estavam presentes na prova de História e Geografia, sendo um dos pontos altos da discordância a forma como o Holocausto foi abordado.
Para Andrea Vainer, diretora jurídica da Conib, as perguntas foram construídas de maneira preconceituosa e antissemita, desrespeitando a memória das vítimas do Holocausto e distorcendo a definição de sionismo. Segundo ela, a forma como os judeus foram retratados nas questões foi extremamente ofensiva e carece de respaldo histórico.
Diante do caso, a Conib pretende oficializar uma denúncia ao Ministério Público e à universidade responsável pela aplicação do vestibular. A expectativa é de que as autoridades investiguem o ocorrido e tomem medidas para evitar a reprodução de conteúdos que possam incitar o ódio e a discriminação.