De acordo com estudo científico, o pico de bem-estar, conhecido como fenômeno ‘U’ da felicidade, ocorre em uma determinada faixa etária.

A sociedade tem um medo constante do envelhecimento e da passagem do tempo. No entanto, estudos recentes mostram que essa visão negativa pode estar equivocada. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Warwick, no Reino Unido, a satisfação com a vida tende a diminuir na meia-idade, mas volta a subir na terceira idade.

Os pesquisadores analisaram o estilo de vida de mais de 10 mil cidadãos americanos e ingleses, levando em consideração variáveis como percepção geral de saúde, dor, bem-estar e saúde mental. Eles concluíram que, apesar do declínio físico na maioria dos casos, as pessoas se sentem mais felizes à medida que envelhecem.

A pesquisa da Universidade de Warwick não é a única com essa conclusão. Em 2010, a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos conduziu um estudo com 341 mil pessoas. A análise das respostas dos participantes mostrou que o aproveitamento da vida diminui a partir dos 30 anos, atinge seu pior estado aos 45, e só começa a subir novamente a partir dos 50, atingindo o ponto mais alto aos 85 anos.

O médico Daniel López Rossetti enfatiza a importância de distinguir a felicidade da alegria. Para ele, a felicidade não é uma emoção, mas sim um estado de espírito. Ele destaca o fato de que, à medida que envelhecemos, enfrentamos dificuldades e circunstâncias negativas da vida, mas os idosos têm melhores habilidades para lidar com esses desafios.

Outra pesquisa conduzida pelo Escritório de Estatísticas Nacionais do Reino Unido concluiu que o estado de bem-estar ao longo da vida pode ser visualizado como uma letra “U”. Ou seja, há picos de felicidade e satisfação durante a infância, juventude e após os 50 anos. Por outro lado, a fase da meia-idade é marcada pelos “piores anos” e por uma menor felicidade.

A crise da meia-idade é algo esperado na maioria das pessoas, de acordo com a autora Gail Sheehy. Por volta dos 40 anos, tanto homens quanto mulheres tendem a ter uma crise devido ao envelhecimento e à sensação de falta de tempo para alcançar seus objetivos. O psicólogo Gonzalo Udaquiola destaca que esses períodos de mudança podem ser vistos como oportunidades.

É importante ressaltar que a felicidade não apenas traz alegria, mas também pode contribuir para uma melhor saúde. O psiquiatra John Weinmann descobriu que os níveis de estresse estão relacionados ao processo de cicatrização de feridas, com os menos estressados apresentando uma cicatrização mais rápida.

Portanto, os estudos mostram que a visão negativa do envelhecimento pode estar equivocada. É a partir dos 50 anos que muitas pessoas alcançam o segundo pico de felicidade, aproveitando os resultados de suas vidas e ainda desfrutando de boa saúde física e mental. É preciso desmistificar o envelhecimento e valorizar as vantagens e oportunidades que ele pode trazer.

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