A maioria dos ministros do STF apoia a validação da contribuição assistencial para sindicatos, segundo informações atualizadas.

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos nesta sexta-feira (1º) para validar a legalidade da contribuição assistencial para custear o funcionamento de sindicatos. A contribuição assistencial não deve ser confundida com a contribuição sindical ou imposto sindical, que foi extinto com a reforma trabalhista de 2017.

O caso em questão trata da possibilidade de cobrança da contribuição assistencial nos casos de trabalhadores não filiados aos sindicatos, de forma obrigatória por meio de acordo e convenção coletiva de trabalho. O julgamento teve início em 2020 e foi retomado hoje após vários pedidos de vista.

Até o momento, seis ministros seguiram o voto do relator, Gilmar Mendes, proferido em 2020. Para o ministro, a cobrança da contribuição assistencial é constitucional e é necessário definir uma tese para orientar o judiciário em todo o país.

Mendes defende que é constitucional a instituição, por meio de acordo ou convenção coletivos, de contribuições assistenciais a serem impostas a todos os empregados da categoria, mesmo aqueles não sindicalizados, desde que seja garantido o direito de oposição.

O caso voltou à discussão devido a um recurso apresentado pelos sindicatos envolvidos no julgamento. Mendes, ao votar, mudou seu entendimento em relação ao caso em 2017, quando o STF considerou a cobrança da contribuição assistencial inconstitucional.

Segundo Mendes, a falta dessa cobrança enfraquece o sistema sindical. Ele afirma que a mudança nas premissas e a realidade atual demonstram a necessidade de evolução do entendimento anteriormente firmado pelo STF, de forma a adequá-lo à Constituição Federal.

O voto de Mendes foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e o ex-ministro Marco Aurélio, que se manifestou sobre o assunto antes de se aposentar.

O julgamento está acontecendo no plenário virtual, modalidade em que os ministros inserem seus votos no sistema eletrônico do STF, sem deliberação presencial. O julgamento ficará aberto até 11 de setembro.

A decisão do STF impacta diretamente no financiamento dos sindicatos e pode fortalecer o sistema sindical brasileiro.

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