Pela primeira vez, duas mulheres concorrem à Presidência do México.

Pela primeira vez na história do México, duas mulheres estão prestes a disputar a Presidência do país. Claudia Sheinbaum, ex-prefeita da capital mexicana, foi oficializada como a candidata do governo pelo partido Morena. Ela enfrentará Xóchitl Gálvez, senadora e empresária de origem indígena, que foi escolhida como candidata de uma coalizão de partidos de oposição.

Sheinbaum, de 61 anos, foi a mais votada em um processo de pesquisas internas do partido Morena. Seu adversário mais próximo, o ex-chanceler Marcelo Ebrard, questionou a lisura do processo e alegou irregularidades. No entanto, o presidente do Conselho Nacional do Morena, Alfonso Durazo, declarou que Sheinbaum obteve a melhor posição entre os candidatos.

A campanha eleitoral para a Presidência do México em 2024 será um confronto entre duas mulheres com origens, personalidades e estilos diferentes. Sheinbaum, de descendência judaica, tem um perfil reservado e prudente, sendo reconhecida por sua militância em lutas sociais. Ela promete dar continuidade às políticas do atual presidente López Obrador, focadas na defesa dos mais pobres e das comunidades indígenas.

Por sua vez, Gálvez, originária de um povoado no estado de Hidalgo, é uma empreendedora de sucesso e não hesita em usar palavras fortes em seus discursos. Ela se autodeclara liberal e progressista, representando uma síntese das ideias dos três partidos que a apoiam.

A disputa entre Sheinbaum e Gálvez ocorre em um momento em que o México enfrenta grandes desafios, como a violência do tráfico de drogas, uma onda de feminicídios e uma tradição machista enraizada na sociedade. A violência contra as mulheres é uma grave preocupação, com uma média de dez assassinatos diários no país.

Apesar das críticas e das dificuldades, as duas candidatas têm chances reais de vencer as eleições presidenciais. Sheinbaum, com o apoio do presidente López Obrador, é considerada a favorita de acordo com pesquisas recentes. No entanto, Gálvez acredita que pode recuperar terreno e conta com o apoio da oposição unificada.

O processo de escolha do candidato do Morena abriu uma fissura no governo, que até então parecia unido em torno de López Obrador. Marcelo Ebrard pediu a recontagem dos votos, alegando irregularidades, mas o partido descartou essa possibilidade.

Em um país onde as mulheres têm enfrentado desafios e desigualdades, a disputa presidencial entre Claudia Sheinbaum e Xóchitl Gálvez representa um marco histórico. A eleição de uma mulher como presidente do México significaria uma verdadeira mudança no cenário político e poderia representar uma nova era de igualdade e justiça para as mulheres mexicanas.

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