Advogado, que apoiou réu envolvido em ações golpistas, é banido de grupo de solidariedade por seus posicionamentos controversos.

O partido Solidariedade anunciou nesta sexta-feira (15) a expulsão do advogado Hery Waldir Kattwinkel, filiado à legenda e defensor de um dos réus condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro. Hery também se candidatou a deputado estadual em São Paulo nas eleições deste ano.

A decisão de expulsar o advogado do partido ocorreu após ele proferir declarações consideradas ofensivas e desrespeitosas durante a defesa do réu Thiago de Assis Mathar, condenado a 14 anos de prisão. Entre os comentários inadequados feitos pelo advogado, estão a comparação dos presos pelos atos golpistas com o Holocausto e a acusação de que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, inverte o papel de julgador para se tornar um acusador.

Durante o julgamento, Hery também utilizou uma declaração descontextualizada do ministro Luís Roberto Barroso e confundiu a obra “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel, com o livro infantil “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, ao citar a frase “os fins justificam os meios”.

Segundo o Solidariedade, o advogado utilizou falas ofensivas e desrespeitosas ao se referir ao Supremo Tribunal Federal. A direção municipal do partido em Votuporanga, interior de São Paulo, declarou que não compactua com a postura profissional de atacar a Suprema Corte, mesmo no exercício da prerrogativa de defensor constituído, e comunicou a expulsão de Hery Kattwinkel do partido.

Durante o julgamento, o ministro Alexandre de Moraes rebateu as declarações do advogado, classificando-as como patéticas e medíocres. Ele também sugeriu que Hery poderia estar buscando visibilidade para uma possível candidatura a vereador nas eleições do ano que vem.

Além de Hery Kattwinkel, outros advogados também proferiram ofensas e tentaram desacreditar a atuação dos ministros do STF durante o julgamento dos réus. Sebastião Coelho da Silva, ex-desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, afirmou que os ministros da Corte são as pessoas mais odiadas do país, enquanto a advogada Larissa Lopes de Araújo chorou durante sua sustentação e acusou o STF de não cumprir a Constituição.

Diante das declarações inadequadas feitas por esses advogados, a ministra Rosa Weber, presidente do STF, defendeu a atuação do tribunal durante o julgamento. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também manifestou seu apoio ao STF, destacando a gravidade dos atos ocorridos em 8 de janeiro e a importância de responsabilizar os envolvidos, garantindo o devido processo legal.

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