Alerta de especialistas com casos de gripe aviária em aves no Brasil acende preocupação com potencial pandêmico do vírus H5N1.

Nos últimos dias, temos acompanhado o surgimento de casos de gripe aviária em aves aqui no Brasil. Essa situação tem preocupado especialistas, uma vez que o vírus H5N1, responsável pela doença, apresenta potencial para causar uma pandemia. Diante disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que haja um rigoroso monitoramento dessa enfermidade.

Ao redor do mundo, o H5N1 já causou a morte de milhões de aves silvestres e domésticas, além de ter afetado milhares de mamíferos marinhos no Chile. Apesar disso, os casos em seres humanos têm sido raros. Desde 2003 até abril de 2023, apenas 874 pessoas foram infectadas, porém, com uma taxa de letalidade em torno de 54%.

Mas afinal, qual é o risco para os seres humanos? Atualmente, considera-se que o risco é baixo, uma vez que o H5N1 não é transmitido de pessoa para pessoa, mas sim pelo contato direto com aves mortas ou doentes. No entanto, devido à alta letalidade da doença, é importante que se tenha extremo cuidado.

Uma das razões pelas quais o H5N1 é considerado de potencial pandêmico é devido à elevada taxa de mutação dos vírus influenza, que podem sofrer alterações e tornarem-se mais transmissíveis para os seres humanos. Como esses vírus são transmitidos por via respiratória, o potencial de disseminação é extremamente alto.

É importante ressaltar que já existe um protótipo de vacina para seres humanos, que pode ser produzida em maior escala caso seja necessário. O Instituto Butantan, inclusive, anunciou que irá realizar testes clínicos da vacina contra a gripe aviária ainda este ano em resposta à chegada do vírus ao Brasil.

No entanto, as vacinas contra a gripe disponíveis atualmente não oferecem proteção contra o H5N1. Porém, elas são eficazes para prevenir os diferentes tipos de vírus influenza que estão circulando este ano no Brasil.

No que diz respeito às aves, há um imunizante disponível, mas o Ministério da Agricultura e da Pecuária optou por não vacinar nas granjas. Isso se dá pelo fato de que a circulação do H5N1 ainda não é expressiva e a vacinação dificultaria a detecção da entrada do vírus nas criações.

No momento, a maior ameaça é econômica, já que o Brasil é o país que mais exporta frangos e a avicultura movimenta toda uma cadeia produtiva, desde a produção de carne e ovos até a fabricação de vacinas e medicamentos. Além disso, a gripe aviária também pode levar à extinção local de populações de espécies e desequilíbrios ambientais.

É importante ressaltar que o consumo de carne de aves e ovos não transmite o vírus, uma vez que o cozimento adequado elimina o risco de contaminação. No entanto, é fundamental evitar o contato com animais doentes ou mortos e informar às autoridades sanitárias sobre qualquer ocorrência.

Dessa forma, é essencial que as autoridades e a população estejam atentos e adotem todas as medidas necessárias para evitar um surto de gripe aviária no país. A prevenção e o controle são fundamentais para garantir a segurança e o bem-estar de todos.

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