Tática do ‘toque do telhado’ é abandonada por Israel durante ofensiva contra o grupo terrorista Hamas em Gaza

Desde o último sábado (7), o grupo terrorista Hamas iniciou uma ofensiva contra Israel, o que levou as Forças de Defesa do país (IDF, na sigla em inglês) a abandonarem uma tática militar conhecida como “toque do telhado”. Essa técnica, criada em 2009 e utilizada em diversos conflitos, tinha como objetivo minimizar danos e perdas de civis.

De acordo com a CNN, o “toque do telhado” consiste em alertar os ocupantes de um prédio que a IDF irá atacar a estrutura. Para isso, os oficiais israelenses lançam uma pequena munição não-explosiva no telhado antes de realizar um ataque aéreo maior e destrutivo. Esse aviso permitiria que as evacuações fossem feitas, mesmo em prédios onde grupos extremistas armazenam foguetes ou munições, ainda que pessoas residam ali.

No entanto, essa tática é controversa e já recebeu críticas de grupos de direitos humanos. Alguns argumentam que jogar munição em um prédio não é um aviso adequado de evacuação. Além disso, há quem diga que não existem lugares seguros para os civis em Gaza, que é cercada por todos os lados. Com uma densidade populacional elevada, cercada por 40 quilômetros de extensão e 11 de largura, Gaza é habitada por cerca de 2 milhões de pessoas.

Segundo o coronel Richard Hecht, porta-voz das IDF, é difícil distinguir alvos militares e civis nos edifícios. Ele afirmou que há casos em que armas são armazenadas em locais onde as pessoas vivem, inclusive chefes do Hamas residindo nesses prédios. Diante desse dilema, a tática do “toque do telhado” foi suspensa com a escalada do conflito.

Moradores de Gaza relataram à CNN que não receberam nenhum aviso antes que suas casas fossem bombardeadas recentemente. Essa falta de alerta tem gerado preocupações sobre o aumento do número de mortos e feridos. De acordo com a AFP, o número de mortos em Gaza subiu para 1.055 na última quarta-feira, devido aos bombardeios israelenses intensificados.

Essa situação coloca em evidência a complexidade desse conflito e a dificuldade em encontrar soluções que garantam a segurança de civis e combatentes. Enquanto a IDF defende que o “toque do telhado” era uma medida para minimizar danos, críticos argumentam que não há lugares seguros em Gaza e questionam a eficácia dessa tática como um aviso efetivo de evacuação. O impasse continua sem uma solução clara, e os impactos desse conflito se estendem além das fronteiras físicas, afetando a população e a comunidade internacional como um todo.

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