Entidades da sociedade civil cobram acesso à natureza para crianças e adolescentes no Congresso Nacional em ato de mobilização.

Entidades da sociedade civil se reuniram em uma mobilização no Congresso Nacional para cobrar do poder público o pleno direito de acesso de crianças e adolescentes ao meio ambiente equilibrado, conforme previsto na Constituição Federal, além da proteção especial diante dos atuais eventos climáticos extremos.

O evento, denominado “Crianças e Natureza no Centro do Congresso”, teve como objetivo principal a defesa de diretrizes e medidas para a educação com base na natureza, visando um modelo de educação que priorize o brincar e o aprender ao ar livre. Além disso, também foram discutidas medidas de resposta a desastres e riscos relacionados aos efeitos climáticos, com protocolos direcionados para crianças e adolescentes, bem como um olhar específico para as populações mais vulneráveis, principalmente as crianças indígenas.

O gerente de Natureza do Instituto Alana, JP Amaral, ressaltou a importância desse evento, que contou com o apoio da Coalizão pelo Clima, Crianças e Adolescentes (Clica) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Segundo ele, as entidades buscam modificar o atual cenário de urbanização, que mantém crianças e adolescentes “emparedados” em edificações sem áreas verdes.

De acordo com Amaral, as áreas verdes encontram-se restritas a pequenas praças e parques distantes, especialmente nas periferias, o que contribui para um maior distanciamento da natureza. Essa situação, segundo o representante do Instituto Alana, tem gerado impactos negativos na saúde e sociabilidade das crianças e adolescentes, como o aumento do índice de miopia, obesidade e problemas de saúde mental.

O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Nilto Tatto (PT-SP), expressou seu apoio à mobilização, destacando a importância de formular novas leis ambientais a partir do olhar de crianças e adolescentes. Tatto lembrou que há artigos específicos na Constituição brasileira relacionados ao cuidado com crianças, adolescentes e ao meio ambiente equilibrado, e que é fundamental buscar a formulação e aprovação de legislação que contribua para a qualidade de vida de todos, especialmente das crianças e adolescentes.

Durante o evento, as entidades da sociedade civil lançaram o Manifesto do Direito das Crianças e Adolescentes à Natureza. A mobilização contou com a participação de representantes de diversas áreas, incluindo estudantes do ensino fundamental de escolas públicas, que manifestaram preocupação com o futuro diante das mudanças climáticas e cobraram medidas urgentes para enfrentar esses desafios.

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