Passado assustador e presente cativante em Gorée: relato impressionante sobre a ilha mais visitada do Senegal

A pequena ilha de Gorée, localizada a cerca de 3 quilômetros do porto de Dacar, a capital e metrópole do Senegal, é uma região marcada pela sua riqueza histórica. Foi nessa ilha que centenas de milhares de africanos foram aprisionados e vendidos como escravos para as Américas, no que é considerado um dos maiores crimes contra a humanidade de todos os tempos.

O guia Mamadou Bailo Diallo, que trabalha na ilha de Gorée, descreve o local como um importante centro de comércio de escravos na África. Localizado em um ponto estratégico, próximo das Américas e distante o suficiente da costa para impedir fugas, Gorée foi responsável pelo embarque forçado de milhões de africanos que acabariam sendo sujeitados à escravidão nas colônias europeias.

Segundo os historiadores, cerca de 13 milhões de africanos foram levados à força para as Américas, com 2 milhões chegado a morrer durante a travessia marítima. O Brasil foi o destino de aproximadamente 40% dessas pessoas.

A ilha de Gorée é um local de grande interesse turístico, atraindo centenas de milhares de visitantes a cada ano. Além da beleza natural, Gorée é marcada por suas casas coloniais coloridas e por um forte construído durante o período da colonização francesa.

Um dos pontos principais da ilha é a Casa dos Escravos, um museu que retrata em detalhes a história da escravidão. Ali, é possível ver as condições desumanas em que homens, mulheres e crianças africanas eram aprisionados antes de serem embarcados para as Américas.

Gorée foi dominada por portugueses, ingleses, holandeses e, finalmente, pelos franceses, que contribuíram para que a ilha se tornasse uma importante referência na história da escravidão. Foi somente em 1960, após mais de três séculos de dominação estrangeira, que o Senegal conquistou sua independência.

A ilha é coabitada por cerca de 1 mil habitantes e é caracterizada pela hospitalidade e carisma da população senegalesa, que acolhe os visitantes com grande entusiasmo. A cultura local, expressa através do artesanato, roupas típicas e a famosa árvore baobá, é um dos atrativos para os turistas que visitam Gorée.

Gorée, no entanto, é também um local marcado pela dor e pela tragédia da escravidão. A Casa dos Escravos, localizada na ilha, ainda hoje emociona visitantes e personalidades que buscam compreender a dimensão do sofrimento imposto a milhões de africanos ao longo dos séculos.

Nomes ilustres já passaram pela Casa dos Escravos em Gorée, como Nelson Mandela, Barak Obama, Luiz Inácio Lula da Silva e até mesmo o Papa João Paulo II, que ali prestou um pedido de desculpas pela participação da Igreja no período da escravização.

A placa que indica a “Porta do não retorno”, que dava para o mar e simbolizava a partida dos africanos para as Américas, mantém viva a memória desse capítulo sombrio da história da humanidade. Ao observar os diversos ambientes em que os escravizados eram mantidos e torturados, os visitantes podem ter uma noção das condições sub-humanas que marcaram essa época.

Assim, a ilha de Gorée é um local de extrema importância para compreender e refletir sobre a hist&eacu

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