Conselho de Segurança da ONU debate a disputa entre Venezuela e Guiana pelo Essequibo, rico em petróleo, em reunião de urgência.

O Conselho de Segurança da ONU realizou uma reunião a portas fechadas, nesta sexta-feira (8), para discutir a controvérsia entre Venezuela e Guiana pelo território de Essequibo, rico em petróleo. A Guiana solicitou a reunião, alegando que as últimas medidas tomadas pela Venezuela ameaçam a paz e a segurança internacional, competências da ONU. No entanto, ao término da reunião, não houve declarações ou comunicados oficiais.

Tanto Caracas quanto Georgetown acusam um ao outro de provocar tensões em meio à disputa. Nos últimos anos, a tensão se intensificou após a descoberta de reservas de petróleo na região. A Venezuela realizou um referendo consultivo no qual mais de 95% dos participantes aprovaram a criação de uma província venezuelana em Essequibo, subtraindo dois terços do território da Guiana. Além disso, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou planos de conceder licenças para extração de petróleo em águas disputadas.

A controvérsia remonta a séculos, com a Venezuela afirmando que Essequibo faz parte de seu território desde 1777, apelando para o acordo de Genebra. No entanto, a Guiana defende uma decisão tomada em 1899, apelando para a ratificação pela Corte Internacional de Justiça, cuja jurisdição Caracas não reconhece.

A tensão na região também chamou a atenção de outros países, como o Brasil, que reforçou sua presença militar nas fronteiras com Guiana e Venezuela. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva advertiu contra a guerra na América do Sul e propôs a mediação da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos na disputa. Os Estados Unidos anunciaram exercícios militares na Guiana, o que foi interpretado como uma provocação pela Venezuela.

Diante do aumento da retórica nacionalista e das tensões, alguns analistas apontam que isso pode ser uma tentativa de desviar a atenção da convocação de eleições livres na Venezuela no próximo ano. O chavismo já acusou líderes da oposição de traição à pátria por se manifestarem contra o referendo e anunciou a prisão de opositores por suposta conspiração. A Rússia e a cúpula do Mercosul pediram uma resolução pacífica para o conflito.

Em meio a toda essa tensão, houve um esforço inicial para manter canais de comunicação abertos entre Venezuela e Guiana, mas a solução para a disputa territorial ainda parece distante. Enquanto isso, outros países e organizações procuram mediar a situação e evitar o agravamento da tensão entre as nações.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo