Belém é um dos destinos mais visitados da região durante o período de Natal, devido ao seu simbolismo para as religiões cristãs. A cidade costuma atrair centenas de milhares de turistas todos os anos, que desejam visitar a Igreja da Natividade, Patrimônio Mundial da Unesco. No entanto, com o cancelamento das comemorações, a cidade se vê desprovida de sua atmosfera festiva e os hotéis e lojas enfrentam uma queda drástica na circulação de pessoas.
Para muitos comerciantes e lojistas de Belém, o período natalino representa a maior parte de sua renda anual. Jack Giacaman, que trabalha na produção de artigos religiosos de madeira para uma loja de souvenirs, relatou à AFP que a situação é preocupante: “Fazemos 80% da nossa renda anual neste período. Fizemos um cálculo de três anos para cobrir as perdas, mas agora não sabemos como terminar o ano”.
Além disso, a onda de violência do conflito entre Israel e Hamas também atingiu a Cisjordânia, com cerca de 300 palestinos mortos pelas forças israelenses ou por colonos desde o início dos combates. A decisão de cancelar as celebrações de Natal em Belém reflete, portanto, a preocupação e solidariedade com a população que sofre com a violência na região.
Assim, a cidade, que deveria estar repleta de visitantes e peregrinos neste período festivo, se vê em um cenário silencioso e desolado devido ao conflito em curso. A inesperada ausência das comemorações de Natal representa uma demonstração da realidade trágica vivenciada pelos habitantes da região no atual contexto de conflito. A situação é preocupante não só para os peregrinos e comerciantes locais, mas também para todos os que desejam uma mensagem de paz e esperança para a região de Belém e além.