Relativamente comum, esse tremor pode ser temporário ou indício de algo mais profundo, como explicou Rogelio Ribes Escudero, chefe do transplante de córnea do Hospital Alemão da Argentina. Segundo ele, o organismo humano é capaz de emitir sinais parecidos aos lançados pelo motor de um carro que aquece: é hora de desacelerar.
Esse tremor, denominado pela medicina de mioquimias palpebrais, se apresenta como pequenas contrações musculares involuntárias que podem ocorrer a qualquer momento, causando grande desconforto ao indivíduo. E, por representar um mal-estar, leva muitos a temer que o tremor seja visível. No entanto, Escudero explicou que, na maioria das vezes, esses movimentos são quase indetectáveis para quem vê de fora.
Outra questão apontada pelo especialista é a diferenciação entre a condição das mioquimias e o blefaroespasmo, que é um espasmo de todo o músculo que circunda o olho, podendo gerar cegueira funcional. Enquanto as mioquimias costumam estar relacionadas a estresse ou consumo de substâncias estimulantes, os médicos ressaltam que esta sensação nos olhos não está associada à pressão ocular ou ao risco de acidente vascular cerebral.
Aliado ao tratamento convencional para reduzir os tremores, a inclusão de injeções de toxina botulínica nos músculos oculares tem se mostrado eficaz para proporcionar alívio duradouro ao paciente. No entanto, a melhoria da qualidade de vida é destacada como a melhor forma de prevenir e tratar esses tremores. Isso porque, a medicina tem compreendido que o corpo fala, e é hora de escutar.