Os resultados divulgados pelos grandes bancos foram afetados pela crise bancária do ano passado, tendo que contribuir no quarto trimestre para a recomposição do fundo de garantia de depósitos. A agência de garantia de depósitos ou FDIC registrou perdas de cerca de 16,3 bilhões de dólares (78,9 bilhões de reais, na cotação de dezembro de 2023), após a quebra de vários bancos americanos devido a retiradas maciças.
Durante o trimestre, também se beneficiaram dos juros altos, que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) mantém em seus níveis mais altos desde 2021 para conter a inflação. Assim, o JPMorgan Chase viu subir em 19% sua receita líquida por juros (juros recebidos menos juros pagos). Os bancos, no entanto, esperam que essas margens diminuam com as reduções dos juros pelo Fed este ano.
Apesar dos desafios enfrentados pelos grandes bancos americanos, os executivos afirmam que o consumidor se mantém em boa situação econômica. “Os gastos são sustentados”, afirmou o diretor financeiro do JPMorgan Chase, Jeremy Barnum, acrescentando que o consumo é mais sólido, inclusive, nas famílias modestas. “Observamos de perto a evolução dos créditos e inclusive se vemos uma deterioração sutil, está em linha com as nossas expectativas”, resumiu, por sua vez, o diretor do Wells Fargo, Charlie Scharf.
Em relação aos números, o JPMorgan Chase registrou uma queda em seu lucro líquido no quarto trimestre do ano passado, 9,3 bilhões de dólares (45 bilhões de reais, na cotação de dezembro de 2023) – 15% a menos na comparação com o ano anterior. O Bank of America obteve depósitos de 22 bilhões de dólares (R$ 106 bilhões), representando uma redução de 10% com relação ao ano anterior, percentual inferior às estimativas de Wall Street. Seu lucro líquido foi de 3,1 bilhões de dólares (R$ 15 bilhões), -56% em comparação com o ano anterior. O Citigroup, por sua vez, realizou provisões e teve despesas que afetaram seus resultados, resultando em uma perda de US$ 1,8 bilhão (R$ 8,7 bilhões) em um trimestre “muito decepcionante”, segundo sua diretora-geral, Jane Fraser.
Ao enfrentar desafios financeiros, os grandes bancos americanos mantêm boas perspectivas em relação à saúde financeira de seus consumidores, apesar das previsões de redução da margem de lucro de juros.
