O bilhete lançado do outro lado de um riacho, onde um condutor de mulas estava, foi o primeiro contato com um ser humano desde a tragédia. Escrito por Fernando Parrado, um dos sobreviventes, o bilhete continha o desesperado pedido de socorro dos passageiros, que já consumiam partes dos corpos dos companheiros mortos para se manterem vivos. Após comover o trabalhador Sergio Catalán, que se dispôs a ajudar, a mensagem levou à localização dos sobreviventes.
Hoje, 14 dos 16 sobreviventes ainda estão vivos, muitos já passando dos 70 anos, apesar de terem sofrido as mais inimagináveis situações durante a tragédia e após ela. O fato resultou em inúmeros livros e filmes sobre o caso, como “Sociedade da Neve”, do cineasta J.A. Bayona, indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro.
Além disso, muitos dos sobreviventes conseguiram retomar suas vidas e seguir carreiras de sucesso, influenciando pessoas ao redor do mundo. Praticamente todos eles se reinventaram, recomeçaram e se tornaram símbolos de coragem, resiliência e esperança.
Apesar de tudo, a área do acidente permanece como um santuário para as vítimas e é visitada por aventureiros que buscam explorar a dimensão do que aconteceu. Enquanto as Forças Armadas e expedições avulsas recolheram parte dos objetos pessoais dos passageiros, a maior parte da fuselagem do avião permanece enterrada no gelo. Ela não é somente um testemunho do passado, mas também um lembrete da força e da determinação dos sobreviventes que, contra todas as expectativas, conseguiram voltar para casa.
