Lula e AGU defendem no STF ação que contesta regra do Código Penal Militar sobre estupro de vulnerável com lesão grave.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Advocacia-Geral da União (AGU) estão no centro de uma batalha jurídica no Supremo Tribunal Federal (STF) em defesa da derrubada de uma regra do Código Penal Militar que estabelece penas menores para crimes de estupro de vulnerável com resultado de lesão corporal grave. Esta posição foi apresentada durante audiência realizada nesta quarta-feira (24) perante o STF.

A contenda chegou ao Supremo por meio de uma ação protocolada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), contestando um trecho da Lei 14.688/2023, que estabelece penas de 8 a 15 anos para militares que cometem este crime. No entanto, a mesma conduta é punida pelo Código Penal com reprimendas de 10 a 20 anos de prisão.

Para a AGU, esta norma é inconstitucional por permitir que um civil seja condenado a uma pena maior que um militar pelo mesmo crime. Em suas alegações, a AGU afirmou que “não é possível imaginar uma pena mais branda aos militares que cometem crime militar de estupro de vulnerável com resultado lesão grave, em comparação à mesma reprimenda prevista na legislação penal comum”. Na visão do órgão, é essencial salvaguardar os pilares básicos das instituições militares, como a hierarquia e disciplina, ao mesmo tempo em que se protege a dignidade sexual como bem jurídico tutelado.

A ação será analisada pela ministra Cármen Lúcia, porém ainda não há prazo definido para o julgamento. A discussão sobre este caso promete ser acalorada e a decisão do Supremo terá impacto direto tanto na legislação penal militar quanto na equiparação de penas entre militares e civis. A defesa do presidente Lula e da AGU coloca em pauta a igualdade e a justiça na aplicação das leis, além de abordar as peculiaridades e a necessidade de preservar a ordem e hierarquia dentro das instituições militares.

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