As camisas da seleção brasileira, uma branca com detalhes em azul, assinada pela Nike em 2019, e uma verde e amarela, ainda sem nenhuma estrela, no modelo lançado nos anos 1950, são parte de uma exposição temporária aprovada pela Fifa. A exposição ficará em exibição até 25 de fevereiro e é composta por objetos, fotos, filmes e áudios que mostram a história de como o design tem sido usado para desenvolver ainda mais o futebol. Ela possui as seções “desempenho”, “identidades” e “multidões” categorizando as peças.
De acordo com o Museu da Fifa, as duas camisas da seleção brasileira estão expostas na seção “Identidade”, para mostrar como as camisas e suas cores e significados no futebol podem criar identidades entre os torcedores. No entanto, a instituição reconhece que elas também podem ser usadas como parte de outras iniciativas dentro de uma sociedade mais ampla, devido ao forte sentimento de pertencimento que criam.
A descrição das peças foi escrita e aprovada por curadores do Museu da Fifa, e o uso das camisas da seleção brasileira como símbolo de uma ala política não é algo recente. Antes de Bolsonaro assumir a presidência em 2019, as cores que simbolizavam o patriotismo dos protestantes no Brasil viraram símbolo de movimentos políticos, como nos protestos que pediam o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2015.
A exposição “Designing the Beautiful Game”, organizada em colaboração com o Design Museum de Londres, apresenta uma placa em inglês que explica como novas gerações e contextos trouxeram novos significados às cores das camisas de futebol. A Fifa afirmou ao Estadão que vê a camisa da seleção brasileira “sempre e apenas como o símbolo do pentacampeão mundial e um símbolo do futebol bonito no mundo”, mas não commentou sobre a exposição ainda.
