As mudanças no governo de Díaz-Canel ocorrem dois dias depois que autoridades adiaram um aumento de mais de 500% no preço dos combustíveis, sem anunciarem uma nova data para a entrada em vigor da medida. A vice-primeira-ministra de Economia e Planejamento, Mildrey Granadillo, alegou que a decisão de adiar a implementação da atualização dos preços dos combustíveis se deu devido a “um incidente de cibersegurança nos sistemas de informática cuja origem foi identificada em um vírus do exterior”.
Autoridades haviam anunciado no começo do mês um aumento em 1º de fevereiro, como parte de um conjunto de medidas para tentar reduzir o déficit fiscal, de 18% em 2023. Esse aumento “tem como objetivo comprar combustível” e “conseguir um abastecimento estável”, explicou no começo do mês o ministro de Minas e Energia, Vicente de la O Levy. Já Alejandro Gil declarou em dezembro que “o país não pode manter o preço do combustível, o mais barato do mundo”.
Cuba enfrenta uma crise crônica de combustíveis agravada em abril de 2023, quando o governo a atribuiu ao não cumprimento dos compromissos dos países que fornecem petróleo bruto à ilha, devido ao fato de eles enfrentarem “uma situação energética complexa”. A Venezuela, principal fornecedor de Cuba, entrega à ilha 56 mil barris por dia, enquanto o México e a Rússia ajudaram no último ano a aliviar o déficit cubano.