Padre da Paróquia São Domingos em Osasco é alvo de ação da Polícia Federal por participação em núcleo jurídico para golpe de estado.

Na manhã desta quinta-feira (dia 8), a residência do padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Paróquia São Domingos, em Osasco, foi alvo de uma ação de busca e apreensão pela Polícia Federal. O religioso é suspeito de integrar um núcleo jurídico envolvido na elaboração de decretos que serviriam para um golpe de estado no Brasil após as eleições presidenciais de 2022.

Segundo decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o padre José Eduardo é apontado como integrante desse núcleo jurídico conspirador, cujo papel era elaborar minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária para atender aos interesses do grupo investigado. Os agentes da PF cumpriram medidas cautelares na residência do padre, incluindo a busca e apreensão de equipamentos e documentos, e proibição de manter contato com os demais investigados na operação. O padre também está proibido de sair do país e tem até amanhã (dia 9) para entregar seus passaportes, nacionais e internacionais.

Além do padre, o grupo jurídico também era integrado por Anderson Torres, ex-ministro da Justiça na gestão de Jair Bolsonaro, Mauro César Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, e Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro, e Amauri Feres Saad, advogado.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes aponta ainda que o padre Oliveira e Silva participou de uma reunião com Filipe Martins e Amauri Feres Saad em Brasília, no dia 19 de novembro de 2022. Segundo registros, o religioso esteve no Palácio do Planalto naquela data.

O ministro também destacou que o padre possui um site em seu nome que tem vínculos com pessoas e empresas investigadas em inquéritos relacionados à produção e divulgação de notícias falsas.

José Eduardo de Oliveira e Silva é sacerdote da Diocese de Osasco desde 2006, e possui doutorado e mestrado em teologia moral pela Universidade da Santa Cruz, em Roma. O padre ganhou projeção nas redes sociais em 2017 ao fazer declarações polêmicas sobre ideologia de gênero. Em 2023, ele criticou um anúncio do Vaticano que permitia padres a abençoar relacionamentos de casais do mesmo sexo.

Até o momento, o padre José Eduardo de Oliveira e Silva não se pronunciou sobre as acusações e a Diocese de Osasco informou que aguardará informações oficiais das autoridades competentes. A nota divulgada pela Mitra Diocesana de Osasco destaca que a diocese colaborará com as autoridades na elucidação do caso.

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