De acordo com um relatório de incidente interno compilado pela UNRWA, a principal agência de ajuda humanitária da ONU no enclave, o caminhão estava estacionado num ponto de retenção das Forças Armadas de Israel quando foi alvo de disparos. Ninguém foi ferido, mas grande parte dos itens foi destruída, expondo os desafios enfrentados para ajudar os mais de 2 milhões de habitantes em Gaza, onde quase 85% estão deslocados internamente.
A ofensiva de Israel na Faixa de Gaza começou após o ataque do grupo terrorista Hamas no território israelense em 7 de outubro, no qual ao menos 1,2 mil pessoas morreram e mais de 250 foram feitas reféns. Do lado palestino, mais de 29 mil pessoas morreram nos ataques retaliatórios, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.
Após o ataque de 5 de fevereiro, a UNRWA decidiu parar de enviar comboios para o norte do território, pois a área ainda conta com 300 mil pessoas devido à interrupção das missões humanitárias. Antes da guerra, duas em cada três pessoas já dependiam de assistência alimentar, agora a situação piorou e agências da ONU alertam que Gaza passou a ser um lugar “inabitável”.
A líder global de comunicações da UNRWA, Juliette Touma, disse que Gaza se tornou muito rápido um dos lugares mais perigosos para se trabalhar como trabalhador humanitário. As missões de ajuda para o norte do enclave foram negadas desde o início do ano. O Programa Mundial de Alimentos anunciou que interromperá as missões para o norte do enclave “até que condições estejam em vigor para permitir distribuições seguras”, após outro comboio ter sido recebido a tiros no território. O Departamento de Estado dos EUA classificou como “inaceitável” o ataque de 5 de fevereiro e disse que a assistência humanitária precisa chegar aos civis.