China argumenta que povo palestino tem direito de recorrer à violência para obter autodeterminação, mas defende solução de dois Estados.

A China argumentou na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, que povo palestino sob a ocupação de Israel tem direito à violência para alcançar a autodeterminação. O embaixador chinês, Ma Xinmin, defendeu que a ocupação de Israel é ilegal e que a China defende a solução de dois Estados, um israelense e outro palestino, a ser alcançado por meio da negociação.

Segundo a China, a ocupação de Israel é ilegal e a potência ocupante não tem direito à autodefesa dentro dos territórios ocupados. A declaração foi feita em audiência pública da CIJ, o principal órgão jurídico da Organização das Nações Unidas (ONU). O tribunal foi provocado pela Assembleia Geral da ONU a se manifestar sobre a ocupação de Israel na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, que dura desde 1967.

Ao todo, 52 estados se inscreveram para comentar o tema. Ma Xinmin também defendeu que a luta armada se distingue dos atos de terrorismo e que mesmo uma luta armada legítima precisa respeitar os direitos humanos.

O embaixador enfatizou que o direito à legítima defesa de um Estado só pode ser usado se o ataque armado ocorrer no território do próprio Estado. Além disso, afirmou que a China entende que Israel violou os direitos humanos ao longo da ocupação dos territórios palestinos.

O governo de Israel não vai participar das audiências para discutir a ocupação dos territórios palestinos. A argumentação de Israel é de que a decisão representa uma “distorção da história e da realidade atual do conflito israelense-palestino” e que, por isso, prejudica a construção da paz.

A disputa entre Israel e Palestina é uma questão complexa que envolve uma longa história de conflitos e tensões. Após o fim da 2ª Guerra Mundial, a Assembleia-Geral da ONU recomendou a partilha da Palestina entre judeus e árabes. No entanto, apenas o Estado de Israel foi criado. Em 1967, Israel ocupou militarmente a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e a Jerusalém Oriental, que estavam sob o controle do Egito e da Jordânia. A construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia continuou, e hoje há 300 colônias consideradas ilegais. Essa é uma situação que gera muita tensão e conflitos na região.

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