O crânio quase completo do golfinho foi encontrado às margens do rio Napo, na região de Loreto, em 2018. No entanto, a confirmação da antiguidade do fóssil foi adiada devido à pandemia de covid-19. Salas-Gismondi destacou a relevância desse achado, afirmando que proporciona um conhecimento inédito sobre a diversidade da fauna amazônica da época e ressalta a dificuldade em encontrar fósseis nessa região.
O estudo que descreve essa descoberta foi publicado na revista científica americana Science Advances, onde o pesquisador peruano descreve o golfinho como um animal de proporções impressionantes, com um comprimento estimado entre 3 e 3,5 metros. Ele também sugere que esse golfinho pode ter tido ancestrais marinhos que migraram para as regiões amazônicas e indianas.
A importância dessa descoberta vai além da mera curiosidade científica. Ela também lança luz sobre as condições ambientais da Amazônia peruana há milhões de anos. O paleontólogo Bruno Turcq, diretor do Instituto francês de Pesquisa para o Desenvolvimento, ressaltou que essa descoberta contribui significativamente para a compreensão da biodiversidade atual da região.
A expedição que resultou nessa descoberta contou com a colaboração de paleontólogos peruanos, americanos e franceses, financiada pela National Geographic Society. A presença desse golfinho gigante nos rios amazônicos há milhões de anos sugere uma interação fascinante entre os ecossistemas aquáticos e terrestres da região naquela época distante.
Em um contexto mais amplo, essa descoberta ressalta a importância da preservação e estudo do patrimônio paleontológico da Amazônia peruana, contribuindo para um maior entendimento da evolução da vida na Terra. A ciência segue avançando, revelando os segredos do passado e lançando luz sobre o presente.