Segundo Marcelo Seluchi, coordenador de operações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), as chuvas se originaram do encontro entre uma frente fria e massas de ar quente acumuladas na região. O choque desses sistemas meteorológicos gerou uma situação atípica para a época do ano, com intensas precipitações principalmente no estado do Rio de Janeiro, onde a frente fria se estacionou.
Petrópolis, município localizado na região serrana fluminense, foi uma das cidades mais afetadas, registrando um volume de chuva de 321mm em apenas 24 horas no sábado. O resultado dessas fortes chuvas foi a ocorrência de deslizamentos de terra que resultaram em oito mortes na cidade.
O meteorologista Caetano Mancini ressaltou que eventos climáticos extremos, como os observados no fim de semana, são mais propensos após ondas de calor intensas, devido à acumulação de energia na atmosfera. As previsões do Instituto Nacional de Meteorologia indicam uma redução no volume de chuvas e um aumento na intensidade das frentes frias nos próximos meses, marcando a transição entre o verão e o inverno neste outono.
Os impactos das mudanças climáticas são apontados como um fator relevante para a frequência desses eventos extremos, com a possibilidade de ocorrência cada vez mais comum nos próximos anos. O término do El Niño, evento que aquece anormalmente as águas do Oceano Pacífico, não influenciou diretamente nas chuvas registradas, que foram resultado das condições meteorológicas habituais do verão.
Em resumo, as chuvas intensas e as consequentes tragédias ocorridas no Sudeste brasileiro no último fim de semana são um alerta para a necessidade de estarmos preparados para os impactos das mudanças climáticas e eventos extremos que podem se tornar mais frequentes no futuro.
