Segundo a PGR, o delegado de Polícia Giniton Lages e o policial Marco Antonio de Barros Pinto, que estavam à frente das investigações, deliberadamente alteraram o rumo das apurações, protegendo os mandantes do crime. Eles apresentaram a tese de que Ronnie Lessa e Elcio de Queiroz teriam agido motivados por “ódio”, desviando a atenção dos reais motivos por trás dos assassinatos.
Diante dessas revelações, a PGR se manifestou a favor das prisões do deputado federal Chiquinho Brazão, do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Domingos Brazão e do delegado Rivaldo Barbosa. A PGR apontou que os três são os autores intelectuais dos homicídios. Além disso, pediu a suspensão de suas funções públicas, do porte e posse de armas de fogo, e a apreensão de seus bens.
A Polícia Federal destacou que o relatório final do inquérito da Polícia Civil, datado de março de 2019 e elaborado por Lages, apontava que as execuções de Marielle e Anderson foram cometidas por Lessa e Queiroz, em um suposto crime de ódio. No entanto, a PF ressaltou que a investigação foi direcionada para essa conclusão a fim de acalmar a pressão da opinião pública e garantir a impunidade dos verdadeiros mandantes.
No domingo, as autoridades prenderam Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa, acusados de serem os mandantes dos homicídios. Ressalta-se que Barbosa é suspeito de ter obstruído a investigação para proteger os responsáveis pelos assassinatos, conforme aponta a PF. As investigações continuam em curso para esclarecer todos os detalhes desse caso que chocou o Brasil.
