Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a decisão beneficiará 536 famílias remanescentes de quilombos em uma área de 852,2 hectares. Para Pacífico, a titulação foi um sonho da Mãe Bernadete, que infelizmente não pôde testemunhar essa conquista. O filho destacou que a luta pela titulação resultou nas mortes de sua mãe e de seu irmão, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo.
Pacífico enfatizou que a titulação traz segurança e proteção à comunidade, que tem enfrentado questões de especulação imobiliária e crimes ambientais. Ele ressaltou que o reconhecimento das terras garantirá direitos para a comunidade, como o desenvolvimento da agricultura familiar e a preservação da cultura local.
Apesar da alegria pela titulação, Pacífico manifestou sua insatisfação com a falta de respostas sobre os assassinatos de sua mãe e irmão. O Ministério Público da Bahia denunciou cinco pessoas suspeitas de participação no assassinato de Maria Bernadete Pacífico Moreira e a comunidade questiona quem teria ordenado esses atos.
A decisão de reconhecimento de terras delimita as áreas privadas que integram o Pitanga de Palmares, e o Incra iniciará o processo de desapropriação das propriedades particulares. Para Pacífico, a titulação representa segurança, prosperidade e autonomia para a comunidade, possibilitando o desenvolvimento da cultura local, da educação e da agricultura familiar.
Em meio a esse cenário, a comunidade celebra a conquista da titulação, mas ao mesmo tempo busca respostas e justiça para os trágicos acontecimentos que marcaram essa trajetória de luta e resistência.