Eleitorado sul-coreano surpreende ao deixar o presidente Yoon Suk-yeol em situação delicada com crescimento da oposição na Assembleia Nacional.

A oposição na Coreia do Sul obteve um resultado considerado surpreendente nas eleições para a Assembleia Nacional, mantendo o controle do Legislativo, mas ficando a apenas alguns votos de alcançar a maioria absoluta. Os resultados preliminares divulgados nesta quarta-feira apontam que o bloco opositor deve conquistar cerca de 197 assentos, num total de 300. Essa proximidade da maioria absoluta representa um revés para o presidente Yoon Suk-yeol, que ainda tem três anos de mandato pela frente, mas já é chamado pejorativamente de “pato manco”.

A liderança da bancada de oposição ficará sob responsabilidade do Partido Democrático, liderado por Lee Jae-myung, e terá o apoio do Partido da Nova Reforma, conduzido por Cho Kuk, um ex-ministro da Justiça condenado em vários processos. A reação dos governistas diante desses resultados foi de desolação, já que o Partido do Poder Popular, de Yoon, e seus aliados, devem obter no máximo 103 cadeiras.

A participação nas eleições foi significativa, com 67% dos sul-coreanos aptos comparecendo às urnas, o maior número já registrado em uma votação legislativa. O resultado das eleições refletiu a polarização política no país, evidenciando insatisfação com a gestão de Yoon e seu partido. Apesar de não ter cumprido diversas promessas feitas durante sua campanha, Yoon enfrentou críticas por sua comunicação ineficaz e suas gafes públicas, como demonstrado ao não saber o preço de um maço de cebolinha durante uma visita a um mercado.

Por outro lado, analistas apontam que as mudanças políticas na Coreia do Sul não devem afetar substancialmente as relações exteriores, especialmente no que diz respeito à aproximação com Japão e EUA, políticas de segurança regional e abordagem em relação à Coreia do Norte. Portanto, o presidente Yoon Suk-yeol enfrenta um desafio interno significativo, mas seu governo pode manter certa estabilidade em questões externas no horizonte político sul-coreano.

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