Taxa de mortalidade das crianças indígenas no Brasil é mais que o dobro da registrada no restante da população infantil

A taxa de mortalidade das crianças indígenas no Brasil é um grave problema que tem se mostrado alarmante, de acordo com os dados divulgados no relatório final de um estudo produzido pelo Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI). O estudo revela que a mortalidade de crianças indígenas de até quatro anos é mais que o dobro da registrada entre o restante da população infantil do país.

Os dados coletados no período entre 2018 e 2022 apontam que a taxa de mortalidade entre os indígenas é significativamente maior do que a observada em outras populações. Em 2022, para cada mil nascidos vivos entre os indígenas, 34,7 crianças com até quatro anos morreram, enquanto no restante da população essa taxa foi de 14,2 mortes. Essa discrepância se manteve ao longo dos anos, sendo sempre mais do que o dobro para os indígenas.

O estudo também ressalta a inadequação do cenário em que os indígenas vivem, em comparação com as metas fixadas pela Agenda 2030 da ONU. Essa agenda estabelece 17 objetivos de desenvolvimento sustentável para erradicar a pobreza e alcançar um mundo melhor até 2030. No entanto, a meta de reduzir a mortalidade de crianças menores de cinco anos para menos de 25 mortes por mil nascidos vivos ainda não foi alcançada pela população indígena.

Além disso, o estudo revela que as doenças respiratórias e infecciosas são responsáveis por uma parcela significativa das mortes de crianças indígenas, indicando a existência de fatores de risco relevantes nessa população. Outros aspectos como a degradação do meio ambiente, o acesso limitado aos territórios e a escassez de profissionais de saúde também são apontados como desafios para melhorar os indicadores de saúde dos indígenas.

É essencial que medidas sejam tomadas para enfrentar esse cenário preocupante e melhorar a qualidade de vida e a saúde das crianças indígenas no Brasil. A conscientização da sociedade e a implementação de políticas públicas eficazes são fundamentais para garantir um futuro mais justo e igualitário para todas as crianças do país.

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