O Ministério das Finanças guianense assinou a carta de intenção para a compra da embarcação na última quarta-feira (10). O brigadeiro Omar Khan, chefe das Forças de Defesa da Guiana, afirmou que a decisão visa fortalecer a capacidade da Guarda Costeira na zona econômica exclusiva e proteger os bens marítimos e o território soberano do país.
Após o anúncio da compra, a vice-presidente venezuelana criticou a decisão nas redes sociais, alegando que a Guiana, em parceria com os Estados Unidos e outros parceiros ocidentais, representa uma ameaça à paz da região. Ela afirmou que a Venezuela continuará monitorando as ações da Guiana e persistindo no caminho da legalidade internacional.
As tensões na região remontam meses atrás, com disputas em torno do Essequibo, área rica em petróleo e atualmente pertencente à Guiana. A compra do navio pela Guiana acontece como parte das medidas para fortalecer as defesas do país diante das ações da Venezuela. A Guiana tem um exército substancialmente menor que o da Venezuela, com um efetivo de 3,4 mil soldados comparado aos 123 mil soldados venezuelanos, de acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) de Londres.
O presidente guianense, Mohamed Irfaan Ali, também fortaleceu a cooperação com as forças armadas dos Estados Unidos, em uma tentativa de reforçar a defesa nacional. A criação do Instituto de Defesa Nacional da Guiana em parceria com o Centro William Perry para Estudos de Defesa Hemisférica é uma das iniciativas nessa direção.
Apesar das tentativas de diálogo mediadas por outros países, como o Brasil e as nações caribenhas, a questão sobre o Essequibo segue sem uma resolução definitiva. A descoberta de petróleo na região intensificou as tensões entre os países e trouxe à tona disputas históricas que ainda não foram solucionadas. A criação de uma província venezuelana do Essequibo e a postura das partes envolvidas continuam a reacender as tensões na região.
Os desdobramentos dessas disputas devem ser acompanhados com atenção, considerando o impacto que podem ter na estabilidade da região e nas relações diplomáticas entre os países envolvidos.