Mesmo contando com o apoio de cerca de 80% da população na época, a proposta não foi aprovada pela Câmara dos Deputados em 25 de abril de 1984. A mobilização popular que surgiu nesse período foi descrita pelo senador Wellington Fagundes como uma expressão da vontade popular em busca de mudanças.
Durante a sessão, a jornalista Dora Kramer destacou a importância desse movimento para a reabertura democrática no país. Ela ressaltou o papel fundamental da imprensa, em especial o jornal Folha de S. Paulo, na disseminação das ideias das Diretas Já.
Thelma de Oliveira, viúva de Dante de Oliveira, mencionou a visão democrática e visionária de seu esposo, que apresentou a emenda com o intuito de promover eleições mais transparentes e democráticas. Ela destacou a repercussão nacional que o movimento alcançou e como isso surpreendeu o próprio Dante.
A irmã de Dante, Inês Martins de Oliveira, revelou a estratégia utilizada pelo ex-deputado para avançar com o movimento, que consistia em diálogo e unificação de diferentes grupos e ideologias.
O contexto histórico em que as Diretas Já se inseriram, com a abertura política nos governos Geisel e Figueiredo, foi essencial para entender a relevância desse movimento. A não aprovação da Emenda Dante de Oliveira culminou na eleição indireta de Tancredo Neves em 1985, demonstrando as consequências políticas desse episódio.
Assim, a sessão no Senado foi não apenas uma homenagem às Diretas Já, mas também uma reflexão sobre a importância desse marco na história do Brasil e o papel que a mobilização popular exerce na promoção da democracia e da transparência política.
