Influenciadora iraquiana condenada à prisão por conteúdo “indecente” é assassinada a tiros em Bagdá, em meio a onda de repressão digital.

Uma influenciadora digital iraquiana, conhecida por seus vídeos no TikTok e Instagram, foi brutalmente assassinada a tiros na última sexta-feira, em Bagdá. A jovem, identificada como Om Fahad, havia sido condenada à prisão no ano anterior por compartilhar conteúdo considerado indecente nas redes sociais. Com dezenas de milhares de seguidores, ela ganhou notoriedade por seus vídeos dançando com roupas justas ao som de músicas locais em um país predominantemente conservador e patriarcal como o Iraque.

O crime ocorreu quando Om Fahad estava dentro de seu carro, na frente de sua casa, e foi abordada por um homem em uma motocicleta, que disparou vários tiros contra ela. Segundo informações de funcionários de segurança que preferiram não se identificar, a investigação sobre o assassinato já está em andamento.

A condenação da tiktoker à prisão em 2023 foi motivada pela publicação de vídeos considerados indecentes e que, segundo o tribunal, atentavam contra os costumes públicos e o pudor da sociedade iraquiana. Vale ressaltar que o governo do Iraque tem adotado uma postura mais rigorosa em relação ao conteúdo divulgado nas redes sociais, lançando campanhas para identificar e punir postagens consideradas impróprias.

Infelizmente, Om Fahad não foi a primeira personalidade das redes sociais a sofrer as consequências dessa postura mais rígida. Em 2018, a modelo e influenciadora Tara Fares foi assassinada em circunstâncias semelhantes, demonstrando a gravidade da situação no país. A variedade de armas em circulação no Iraque, aliada às tensões decorrentes de décadas de conflitos, tornam a segurança um desafio constante para as autoridades locais.

A morte de Om Fahad levanta questões importantes sobre liberdade de expressão, os limites da censura e a segurança das personalidades online em países conservadores como o Iraque. A comunidade virtual está em luto pela perda de mais uma influenciadora, vítima da violência que assola a região.

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